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Foto do escritorCaroline Bamba M'Boua

O inferno, são os outros!


A famosa citação de Jean-Paul Sartre, “O inferno são os outros”, foi usada para expressar que o inferno está na terra pois e na interação com os outros que sofremos. Ao ponto que a nossa visão de nós mesmos é distorcida pelo olhar dos outros.


Mas se pararmos para refletir, o inferno, na verdade, somos nós mesmos, a forma como nós vivemos e reagimos às interações com os outros e, principalmente, como lidamos com as nossas emoções e pensamentos sobre nós próprios.


Pensa numa situação quotidiana: uma discussão com um amigo, ou uma crítica no seio familiar. O que pesa não é só a atitude do outro, mas o impacto que isso tem em ti, como te vês, como reages. Esse fardo que carregas (o desconforto, a culpa ou o ressentimento) é uma construção interna, muitas vezes maior do que o próprio evento. Neste sentido, o inferno não está lá fora, mas sim em nós.


E mais, muitas vezes somos nós que nos olhamos e julgamos com dureza. Aquela voz interna crítica, que te condena por cada suposto erro ou fraqueza, pode ser muito mais cruel do que qualquer julgamento externo. Ou seja o inferno também pode ser o reflexo de como nos vemos no espelho, do que escolhemos acreditar sobre nós mesmas.


Dentro do seio familiar, o "inferno" torna-se ainda mais complexo. É ali que sofremos as maiores pressões, que as expectativas e os condicionamentos estão mais presentes. Dizer "não" parece quase impossível, porque nesse espaço, as fronteiras entre o que tu queres e o que os outros esperam de ti tornam-se difíceis de definir.


Contudo, reconhecer que “o inferno somos nós” permite sair do papel de vítima e convida a assumir os nossos próprios limites, as nossas responsabilidades, a forma como escolhemos lidar com os conflitos. Permite pensar em estratégias para navegar pelas pressões externas e internas. Talvez não tenhas sempre escolhido certas circunstâncias, mas tens a escolha de como vais responder a elas:

  • Fixar limites é essencial. E por mais difícil que pareça, especialmente com aqueles que amas, gera um chão fértil para relações mais saudáveis e mais produtivas.

  • Assumir a responsabilidade pelas tuas emoções e decisões é um passo fundamental para não caíres no hábito de culpar os outros por aquilo que não corre bem.

  • Os conflitos, inevitáveis na vida, te afetam de forma negativa sobre tudo quando não há uma estratégia para os ultrapassar de maneira consciente e alinhada com os teus valores.


Ao tomarmos consciência das nossas escolhas e das nossas respostas, podemos criar um caminho mais leve e verdadeiro, onde o inferno se dissolve e dá lugar a uma nova forma de estar.



 

Que a jornada para a tua realização pessoal seja repleta de descobertas e crescimento.

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Até em breve.


Saudações moleculares.


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